MAIS UMA DE SOCRATES
Bem dizia Sócrates a despeito da Alma quando este expôs em sua filosofia que quando a vida se finda apenas a matéria decompõe-se, ficando a alma eternizada.
Pedindo licença ao próprio Sócrates, exponho, por outro lado, meu próprio conceito de que não a alma e/ou o espírito, e sim nossa figura abstrata, formada por ações, gestos e a forma peculiar e ímpar que cada um de nós temos, as quais estas sim ficarão eternizadas.
Somos tudo aquilo que aqui fazemos e representamos nessa tal “comédia” chamada vida.
Nosso nome ecoará através dos tempos de acordo com a forma com que aqui desempenhamos nosso papel, deixando o legado de nossa existência a mercê de tudo aquilo que aqui construímos, seja de bom ou ruim.
Mais cedo ou mais tarde algo findará nossa existência em matéria, ou senão, a própria natureza se encarrega de tal missão.
Mas não será a mão sedenta de sangue, e tão pouco a implacável espada da morte natural, que tirarão de nós a eternidade que selamos nesse plano.
Podem macular nosso corpo, ferir nossa carne, nos impor cicatrizes, até mesmo censurar nossa imagem, porém jamais poderão exercer poder sobre nossas idéias, a capacidade independente que cada um tem de raciocinar, enfim, o que reside dentro de nós jamais vai sucumbir.
Quem entregou um amado à terra ou ao fogo sabe como ninguém a sua imortalidade representada pelo sentimento da saudade, uma vez que este jamais morrerá dentro de nós.
Aos inimigos aqui cultivados, faço saber que é inútil se concluir que a desgraça, e tão pouco o fechar eternos de nossos olhos, exterminará aquilo que aqui representamos e assim cada um constrói sua própria imortalidade.
Aos amigos e queridos, deixaremos nossas lembranças por tudo que aqui edificamos, carimbando a nossa eternidade no coração de cada um deles.
Nada na morte nos conforta, afinal, se não temermos a morte, o que temeremos? O fim da matéria é inadiável. No entanto, é a partir desse princípio que definimos o que fazer com a contagem regressiva que iniciamos aqui neste curso.
Precisa a filosofia de Sócrates quando diz que “morremos de verdade quando somos esquecidos”, assim como “conhecer a si próprio fará de cada um de nós um imortal”.
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