ADEUS RONALDO O FENÔMENO
Um anúncio emociona do e já carregad o de saudade marcou a entrevis ta coletiva de Ronaldo, nesta segunda- feira, para informar que chegou ao fim a sua carreira. Sem forças para continua r na luta contra as dores e lesões, o ex-jogad or, de 34 anos, fez discurso, responde u pergunta s e chorou no CT Joaquim Grava, em São Paulo. E o GLOBOESP ORTE.COM publica na íntegra as últimas palavras do Fenômeno como jogador.
Pronun ciamento de Ronaldo:
Como vocês devem imaginar, como ouviram falar no fim de semana, eu estou aqui hoje para (fiz cola e não vou consegui r falar nada) falar que estou encerran do minha carreira como jogador profissi onal. E dizer que essa carreira foi linda, emociona nte, de muitas derrotas e infinita s vitórias. Fiz muitos amigos, não lembro de ter feito nenhum inimigo. Enfim, estou antecipa ndo o fim da minha carreira por alguns motivos importan tes. Todos sabem aqui do meu históric o de lesões. Tenho tido nos últimos dois anos uma sequênci a muito grande de lesões, que vão de um lado para o outro, de uma perna pra outra, de uma músculo para o outro. Essas dores me fizeram antecipa r o fim da minha carreira. Há quatro anos atrás, no Milan, eu descobri que sofria de um distúrbi o que se chama hipotire oidismo, que desacele ra o seu metaboli smo. Para controla r esse distúrbi o teria que tomar hormônio s que não são permitid os no futebol, porque seria doping. Muitos podem estar arrepend idos por terem feito chacotas com meu peso. Não guardo mágoas de ninguém. Queria explicar isso no último dia da minha carreira. Tenho muitos agradeci mentos a fazer aqui. A todos os clubes que passei: São Cristovã o, Cruzeiro, PSV da Holanda, Barcelon a, Inter de Milão, Real Madrid, Milan. Ao Corinthi ans agradece rei daqui a pouquinh o. A todos os jogadore s que jogaram comigo e os que jogaram contra. Os que foram leais e os que foram desleais. Treinado res com os quais tive grande relação ou com outros que tive alguma divergên cia de opiniões profissi onais. Agradece r aos meus patrocin adores. Em primeiro lugar à Ambev e à Nike que estão comigo desde que eu tenho 17 anos de idade, acredita ram em mim e que, com certeza, continua remos juntos em outros projetos. Quero agradece r à Claro, que é meu patrocin ador atual, por ter acredita do em mim também. Mas principa lmente agradece r à Hypermar cas que bancou esse projeto Corinthi ans. Projeto que idealiza mos eu e o presiden te em um café da manhã no Rio de Janeiro, onde o Fabiano Farah, que durante nove anos foi meu agente, discutia com Luís Paulo Rosember g, diretor de marketin g do Corinthi ans. Entramos eu e o presiden te para tomar café, apertamo s a mão e definimo s que eu seria do Corinthi ans, que poderia trazer o contrato e que se fosse em branco eu assinari a. Foi o que acontece u. Nos primeiro meses nós não tivemos um patrocin ador forte, aí veio a Hypermar cas, que está com a gente até hoje. Quero agradece r a minha família. Quero agradece r a todos os críticos no geral. Todos vocês que me criticar am e que me ajudaram a ser mais forte em cada momento da minha vida. Quero agradece r a toda a torcida brasilei ra, que vibrou comigo, torceu por mim, que chorou comigo e caiu junto comigo quando eu caí. Mas dessa torcida brasilei ra quero agradece r à torcida do Corinthi ans porque eu nunca vi uma torcida tão empolgan te, tão apaixona da, tão entregue assim a um time de futebol. Certo que em algumas vezes essa cobrança por resultad os faz dessa torcida um pouco agressiv a, um pouco fora do controle. Mas em algumas outras entrevis tas eu falei que eu não imaginav a realment e ter vivido sem o Corinthi ans. Quero agradece r ao presiden te (Andrés Sanches) e pedir desculpa s publicam ente por ter fracassa do no projeto Libertad ores. E dizer que você é meu irmão, que a história aqui foi linda, maravilh osa, que continua rei ligado e vinculad o ao clube da maneira que você quiser, presiden te. Muitas vezes vocês vão me ver no estádio torcendo para o Corinthi ans. Tentar fazer um jogo da velha aqui (risos). Eu estava muito pior quando fui falar com os jogadore s. Agradeci a todos e ao Tite por cada minuto e cada segundo que estive com eles. E como eu sempre fiz desde o primeiro dia que eu cheguei aqui, foi que nos momentos mais difíceis eu vou entrar na frente deles para receber todo e qualquer bombarde io. Agora farei do lado de fora, talvez com menos força, porque a minha força sempre foi responde r tudo dentro de campo, né. O meu futuro já está bem organiza do, vou me dedicar a minha agência. Daqui a um tempo nós vamos anunciar a Fundação Criando Fenômeno s, que espero me dedicar há muito tempo também. E é isso.
Ronald o com os filhos Alex e Ronald na despedid a do futebol (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESP ORTE.COM)
Palavra s do presiden te Andrés Sanches:
É um momento triste. Agradece r ao Ronaldo. Ele não era apenas um jogador, era parceiro, é parceiro. Colocou o nome do Corinthi ans onde nós nunca imagináv amos. Perdemos campeona tos, ganhamos campeona tos, ganhamos patrocín ios. Tenho a agradece r ao Ronaldo. Como brasilei ro, muito obrigado por tudo. Como presiden te, muito triste, não era o que a gente tinha programa do. Corinthi ans antes, durante e depois de Ronaldo. Somo gratos a tudo. O meu muito obrigado a, antes de jogador, esse ser humano com seus defeitos e suas virtudes. É o maior ídolo que a gente tem no mundo como atleta e ser humano
São abertas as pergunta s para o jornalis tas:
É como se fosse a primeira morte?
Parece que eu estava essa semana. Depois de mais uma lesão no adutor eu refleti muito em casa e decidi que era o momento, que tinha dado o máximo, mas o máximo que nunca imaginei chegar como sacrifíc io. E a partir de quinta- feira, quando eu decidi, parece que eu realment e estava na UTI, em estado terminal e que agora esse anúncio foi a minha primeira morte, digamos. É muito duro você abandona r uma coisa que te fez tão feliz e que você tem tanto amor, que poderia seguir, porque psicolog icamente ainda dá. Mas tenho que assumir algumas derrotas, e eu perdi para o meu corpo. Farei outras coisas no meu futuro, ligado ao Corinthi ans. Sabe que já estou até com saudades da concentr ação. Pegar a família e ir pra Itu um dia desses (risos).Como foi resistir a pessoas querendo que mudasse de idéia. Se pudesse escolher um único momento que emociono u mais, qual escolher ia?
As pessoas que estão próximas, elas sofrem comigo. Eu sinto dor em subir uma escada. Não tenho elevador dentro da minha casa. Mas todos que eu falei me entender am na primeira vez que falei. Me doei ao futebol, fiz os sacrifíc ios mais duros e impensáv eis que alguém pode fazer. Foi lindo demais, maravilh oso demais, foi difícil demais, lógico, mas qual a outra pergunta ?
Melho res momentos :
Eu tenho dois: com a Seleção Brasilei ra na Copa de 2002, que foi o título mais importan te. O segundo momento foi ter visto esse bando de loucos apaixona dos e ter convivid o com eles, me tornado um deles. Os dois foram os mais importan tes.
Quando decidiu que ia parar? Como foram as últimas madrugad as?
Ron aldo chora diante coletiva de despedid a
(Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESP ORTE.COM) A minha família estava viajando na quinta-f eira quando eu decidi. As dores me possuíam, me consumia m e eu não consegui a pensar em mais nada. Eu fiz um esforço de memória, e esse último ano de 2010 foi um ano péssimo, de muitas lesões. Começar o ano assim, com muitas lesões; sua cabeça pensar uma coisa e você achar que vai driblar o zagueiro porque você sempre fez, eu fiquei de sexta até hoje (segunda -feira) sozinho, quebrand o a cabeça para caramba.
Como explicou isso aos meninos (filhos Alex e Ronald)?
Eu explique i para eles ontem (domingo ). O Ronald já entende bem mais. Todas as pergunta s que vocês fizeram ele já me fez ontem. O Alex, como vocês podem perceber, não está muito ligado. Tentei copiar do Washingt on, que encerrou a carreira ao lado das filhas, mas não deu muito certo (risos).
Ronald o fala com Alex:
V ai jogar no meu lugar?
Em que você poderia ser mais útil para o Corinthi ans?
Di reção não. Comissão técnica também não. Eu serei uma espécie de embaixad or técnico e instituc ional para levar o nome do Corinthi ans mundo afora
Voc ê serve como exemplo?
Ronald o com a taça da Copa de 2002 (Foto: Reuters) Temos que assumir tudo que envolve a ser um grande campeão. Um grande campeão não é só dentro de campo. Acho que minha parcela de culpa é muito grande, mas sou humilde para assumir qualquer erro que tenha cometido, qualquer deslize. Mas não sei se isso serve de exemplo. Eu sempre faço as coisas tentando ser o mais correto possível para mim e para os outros . Eu sou eu e sou assim. Fui o primeiro a falar isso que estou falando para o presiden te dentro do vestiári o na Colômbia. Futebol é assim: se ganha, se perde e estamos sujeitos a tudo isso.
O que mudaria na carreira ? Planeja jogo de despedid a?
Não faria nada. Talvez se a minha história voltasse a ocorrer, a medicina teria avançado muito mais e meus problema s, que no momento foram gravíssi mos, em um momento futuro porderia ser resolvid o mais fácil. Foi tudo muito maravilh oso. Vou sentir muita saudade e não sei como vai ser daqui para a frente. Essa saudade de voltar a jogar daqui para a frente, aquela sensação de protagon ismo, de fazer o gol da vitória, mas deu a hora. Jogo de despedid a por enquanto não, mas em junho ou julho vamos fazer alguma coisa, tentar reunir jogadore s que estivera m comigo e fazer uma festa de despedid a. Vou informan do vocês.
Projetos "criando fenômeno s" ainda é só uma ideia?
Ainda está desenvol vendo. É um projeto que sempre tive vontade, mas eu ia precisar de muito tempo para tocar esse projeto. Já temos o nome registra do, tudo que precisa para essa fundação funciona r. Agora tenho o principa l que é tempo também. Vamos tocar ela também
Qu al foi o momento mais difícil?
Os momentos difíceis foram as duas lesões gravíssi mas que me tiraram três anos e meio, quase quatro anos da carreira e as seqüelas.
O que dizer ao primeiro treinado r do São Cristóvã o (Alfredo Sampaio) ?
O primeiro cara que acredito u em mim. Eu jogava na categori a infantil e já estava jogando no juvenil. Ele estava no júnior e me tirou do juvenil. Eu fui jogar no São Cristovã o. Ele era duro para caramba, cresci levando esporro para cacete. Um grande abraço! Você fez parte.
A busca pelo físico perfeito precisa acabar?
Eu acho que a busca pela perfeiçã o é ótima. Acho que os campeona tos não deveriam ter tantos jogos, porque a longo prazo você sofre lesões. Eu vejo vários comentar istas se pergunta ndo o porque das lesões. São muitos jogos, estamos sempre exploran do muito nosso corpo, buscando nossos limite. Isso não é saudável, diferent e de correr no parque, na academia. A busca do futebol profissi onal é sugar o máximo do atleta para que ele renda o melhor. E isso a longo prazo cria muito problema s
O Corinthi ans sabia do hipotire oidismo?
O Corinthi ans sempre soube de tudo. A minha decisão sempre foi voltada para o meu coração. O meu amor fez superar barreira s gigantes. O que para umas pessoas normais emagrece r já é difícil, para mim é mais ainda por causa do hipotire oidismo. Desacele ra o metaboli smo. Eu sempre quis jogar e banquei todo o sacrifíc io para ter condiçõe s de jogar.
Se o Alex(fil ho) pergunta r o que foi passar pelo Corinthi ans o que você diria?
Ele já é corintia no. Mais alguns anos e ele será um louco corintia no também. Qual o time você torce?
Alex responde :
Corin thians.
Teve algum outro momento da carreira que chegou tão perto de tomar essa decisão? Como ficam os patrocin adores?
Tive próximo, sim, de tomar essa decisão no dia seguinte da eliminaç ão da Libertad ores e esperei um tempo mais.
Andrés Sanches responde :
Conti nua tudo normal com Corinthi ans, Ronaldo e Neoquími ca até o final do ano.
Você conquist ou todos seus objetivo s? O que faltou?
O brasilei ro valoriza sim o seu ídolo e idolatra seu ídolo. Talvez menos que em outros lugares. E o que faltou: a Libertad ores
De que maneira pesaram os protesto s da torcida na decisão?
Nenhum momento nisso! Acho que os protesto s jamais podem ser violento s e eu não levei em consider ação nenhum momento esses protesto s para tomar a decisão que estou tomando hoje.
Ranking de derrotas ?
Não tem ranking, está ali, eu não classifi co minhas derrotas, não. Sem desmerec er nenhuma vitória, as derrotas vêm sempre para te ensinar alguma coisa. Você aprende mais perdendo do que ganhando. Foi bom ter perdido porque me ensinou muito, principa lmente como homem, para me comporta r na sociedad e
Andrés Sanches entrega a camisa para Ronaldo (#PRASEM PREFENOM ENO) e finaliza a despedid a do Fenômeno.
Ronald o ganha camisa na despedid a do Corinthi ans (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESP ORTE.COM)
Pronun
É como se fosse a primeira morte?
As pessoas que estão próximas, elas sofrem comigo. Eu sinto dor em subir uma escada. Não tenho elevador dentro da minha casa. Mas todos que eu falei me entender
Melho
Eu tenho dois: com a Seleção Brasilei
Quando decidiu que ia parar? Como foram as últimas madrugad
(Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESP
Como explicou isso aos meninos (filhos Alex e Ronald)?
Ronald
V
Em que você poderia ser mais útil para o Corinthi
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Voc
O que mudaria na carreira
Não faria nada. Talvez se a minha história voltasse a ocorrer, a medicina teria avançado muito mais e meus problema
Projetos "criando fenômeno
Qu
Os momentos difíceis foram as duas lesões gravíssi
O que dizer ao primeiro treinado
O primeiro cara que acredito
A busca pelo físico perfeito precisa acabar?
O Corinthi
Se o Alex(fil
Corin
Teve algum outro momento da carreira que chegou tão perto de tomar essa decisão? Como ficam os patrocin
Andrés Sanches responde
Conti
Você conquist
De que maneira pesaram os protesto
Ranking de derrotas
Não tem ranking, está ali, eu não classifi
Andrés Sanches entrega a camisa para Ronaldo (#PRASEM
Sou e semrpe serei Fã numero 1 dele!
ResponderExcluirVou abrir um consultório terapêutico pra atender jogadores enlouquecidos pelo sucesso! rssss
Adriano Imperador, e outros tantos..
torço pela volta dele sabia! Ronaldo ainda é novo! Quem sabe!?
Beijos Elsy!
Adorei o seu comentário, voce conhece o Ronaldo pessoalmente?Eu gostaria muito de ve-lo de perto mas moro muito longe, acho que ele nunca virá a Campo Grande-Mato Grosso do Sul.É uma pena mas vou esperar quem sabe.
ResponderExcluir#PRASEMPREFENOMENO
ResponderExcluirconcerteezaa!...fikeii mt triste c/ a despediida dlee...choreei junto...
p.s:quero 1 camisa dakelaa!..perfeiita!