A carga fica mais leve quando somos menos orgulhosos






19 anos, uma criança ainda para os padrões da época, mas já era mãe. E como foi difícil aprender tudo sozinha, apenas pelo instinto. Algo dentro de mim dizia que as coisas se ajeitariam no seu devido tempo e eu me agarrava a essa certeza com unhas e dentes para não sucumbir. Nada era dispensável, capim, pedra, pau podre tudo tinha uma finalidade, limão, então faremos uma limonada não tinha açúcar vai azedo mesmo e com isso fui amadurecendo sem perceber. Por principio ou índole sou determinada, as escolhas foram minhas  e ninguém menos que eu teria que arcar com as responsabilidades  sem culpar ninguém. E assim fui construindo meu mundo, quando ficava insuportável eu usava a fantasia para amenizar, cantar contar história inventar besteiras e fazer meus bebes rirem enquanto por dentro eu chorava. Não me arrependo de nada, mas se pudesse e tivesse a maturidade necessária à época eu teria feito diferente. Estamos bem viramos várias paginas dos livros de nossas vidas ora sorrindo, outras vezes aos prantos. Hoje olhando o passado vejo o quanto Deus foi bom pra mim, ele me deu filhos maravilhosos, amigos e parceiros que sempre me ajudaram a compor a minha realidade entre eles destaco aqui a ajuda prestimosa de um senhor que já não está entre nós e que morava na cidade de Dom Basílio no sertão da Bahia, quando meu terceiro filho nasceu prematuro ele foi de grande ajuda , mesmo de idade avançada com o corpo suado do labor na lavoura ele chegava e a primeira coisa que fazia era ver seu afilhado Woney, creio piamente que o suor daquele homem ajudou a salvar o meu filho quando tudo era desfavorável para seu desenvolvimento tendo em vista a fragilidade e poucos recursos nos hospitais da cidade para uma criança prematura. Ainda hoje continuo assim vendo Deus nos detalhes do dia a dia, tentando superar as dificuldades que se apresentam com altivez e perseverança, pois não há carga que nos seja dada a qual não possamos carregar, o fardo fica mais leve quando somos menos orgulhosos.

Elsy Myrian Pantoja




Comentários

  1. Olá Eusy,
    essa música é do "meu tempo". Com B. J. Thomas
    e ficou bem legal com a interpretação do Pato Fu.
    Valeu!
    Um bom domingo

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

VOCÊ É O MEU AMOR

VOCÊ CONHECE UMA MÃE QUE PERDEU UM FILHO?

Alma em transformação é o símbolo da Borboleta