Para renascer é preciso perdoar
Nesta época em que a vida nos convida ao renascimento, deveríamos nos voltar para o nosso interior e observar o quanto de passado trazemos em nosso coração. Quanto peso carregamos em forma de mágoas, culpas, ressentimentos e julgamentos em relação a nós mesmos e aos outros. Se queremos falar de compaixão, de amor sublime é preciso nos prepararmos para isso... mas será que conseguimos com tanta bagagem pesando em nossa caminhada?
Necessitamos um olhar mais firme (e não crítico) sobre nós para deixarmos o passado para trás. Não é um exercício fácil, eu sei, mas se não começarmos a transformar nosso olhar permaneceremos estagnados na ilusão de que estamos indo para algum lugar. Desatar esses nós de rancores requer compreensão.
É preciso entender que cada um de nós tem uma história de vida diferente; que cada pessoa interpreta o mundo a sua volta segundo suas próprias experiências criando conceitos do que é bom e ruim, certo e errado; e que por isso suas ações têm motivos baseados em suas vivências. Da mesma forma que as nossas ações possuem alicerce no que aprendemos durante a caminhada.
Ao invés de julgarmos, deveríamos, antes de tudo, procurar compreender. Antes de lançarmos o nosso olhar crítico, deveríamos abrir nossos corações e ouvir o que o outro tem a dizer para entender suas razões deixando os nossos "achismos" e referenciais de lado.
Só podemos começar a falar em compaixão quando esse exercício de acolhimento do outro estiver na frente, perdoando. E isso começa conosco. Deixando as culpas para trás, compreendendo as nossas razões, libertando o nosso íntimo no auto-perdão.
"Quando em contato com outra pessoa, nossos pensamentos e atos devem expressar nossa mente compassiva, mesmo que essa pessoa diga e faça coisas difíceis de aceitar. Agimos dessa maneira até enxergar que nosso amor não depende de a outra pessoa ser amável."
Thich Nhat Hanh
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