Faxina na Alma

É curioso como vamos mudando com o correr dos anos, sem perceber, nosso espírito se adapta e acompanha as mudanças, se preparando para a partida, já não temos o mesmo ímpeto nas investidas, por exemplo, o céu estrelado, vislumbrado sem o êxtase da juventude, as estrelas parecem que não brilham com a mesma intensidade, porque o olhar se perde no infinito. Não há mais preocupação com coisas pequenas, as amizades solidificadas, e novos amigos dificilmente se farão, a maturidade nos deixa arredios e cismados. No coração não deixamos entrar qualquer um, nos tornamos seletivos, precavidos, alguns invadem mesmo, ficam e tomam quase todo espaço, por exemplo, a chegada de um novo amor, amor este que pode vir com a chegada de um neto, uma nova atividade profissional, um projeto de vida ou até mesmo nosso príncipe encantado ou um bichinho de estimação, somos forçados a faxinar a alma e dali expulsar sentimentos que nos tornam menores, como os rancores e amarguras, tornando-a mais leve. Vamos gradativamente nos entregando, alguns resistem, outros apressam o passo como se pressentissem que além daqui é bem melhor, talvez por falta de estimulo para um novo recomeço, no entanto de uma forma geral, teimamos em acreditar que o fim ainda está muito longe e que há muito ainda por fazer, por nós, pela nossa família e pela sociedade em que vivemos.


Elsy Myrian Pantoja

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